Quatro pessoas de uma mesma família morreram devido à queda de um elevador em um prédio residencial de Santos, litoral de São Paulo no dia 30 de dezembro. O equipamento caiu do 9° andar do edifício e causou a morte da esposa e familiares de um suboficial da Marinha.
Localizado no bairro Vila Belmiro, o Edifício Tiffany pertence à Marinha e abriga militares que servem na Capitania dos Portos de São Paulo. Em nota, a Marinha lamentou o ocorrido e informou que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o acidente. Já a Polícia Civil instaurou inquérito policial para investigar o ocorrido.
“A Villarta, empresa responsável pela manutenção dos equipamentos, tem documentação regular junto à prefeitura, incluindo alvará de instalação e funcionamento dos aparelhos, além de ter apresentado, no dia 1° de dezembro, o relatório trimestral obrigatório de regularidade, que atesta a responsabilidade técnica de manutenção preventiva realizada recentemente no referido endereço”, informou a prefeitura de Santos revelando que os elevadores do edifício foram instalados em 1998.
A prefeitura afirmou que não havia recebido, por meio da Ouvidoria Municipal, nenhuma denúncia ou registro de ocorrência sobre possíveis irregularidades nos elevadores do edifício.
Queda é caso raro
Estatisticamente, elevadores são muito seguros. A afirmação é do Consultor em transportes verticais da Opinione, Vitor Charles Capistrano. A queda de um elevador como aconteceu em Santos (SP) é um fato extremamente raro de ocorrer dada a existência de limitador de velocidade e freio de segurança. Os limitadores são dispositivos mecânicos fixados no piso da casa de máquinas e na cabine do elevador que acionam os freios de segurança quando o elevador ultrapassar a velocidade pré-estabelecida de funcionamento, fazendo trave nos trilhos. “Este tipo de acidente é algo muito raro e foi resultado de mais de um problema técnico, sendo que incidentes semelhantes já ocorreram, mas houve a atuação do freio de segurança que impediu a queda livre”, diz.
Capistrano explica que o limitador de velocidade monitora mecanicamente a velocidade real do elevador e atua quando há um aumento da velocidade acima do normal do equipamento. Primeiramente um mecanismo desliga o sistema elétrico, caso isso não pare a queda, o sistema trava mecanicamente (15% acima da velocidade normal no sentido de descida) acionando os freios que estão na cabina travando-a nas guias (trilhos) e evitando a queda.
Segundo o consultor, a situação mais comum de acidentes fatais com usuários é a queda por falha de travamento de portas de pavimento e também acidentes devido à tentativa de sair por conta própria da cabina ou com auxilio de terceiros não habilitados. “Outro agravante é não respeitar a capacidade máxima de carga dos elevadores que podem resultar numa simples retenção na cabina ou dar condição de um acidente em caso de falha de algum item de segurança”, orienta.